Quinta a tarde, véspera de Natal… Caos renascentista para quem passa agora sozinho, após tantos anos junto de alguém, pela primeira vez. E a solidão bate forte… Tem sido comum ficar preso no quarto apenas ouvindo música, e quando menos espero me pego apenas nas lembranças escondidas nas formas da fumaça do cigarro.
Mal nasce o dia, o sol timidamente se adentra pelo quarto. O gato estirado sobre o colchão, se estica preguiçosamente brincando com os poucos raios que surgem. Ao fundo uma mescla do dos pássaros despertando no jardim, as batidas leves do vento sobre as folhas do salgueiro e a doce Sia no canto do quarto.
Inesperadamente, a harmonia é quebrada pelo celular, vibrando e apitando em vermelho… Em sua tela, apenas uma mensagem, “Me encontre, 14h, HLP 235. TY”.
Vou até o local, movido apenas pelo mistério. Me anuncio no balção e o funcionário me indica o andar e a localização do quarto. Caminhando pelo corredor, o som ao fundo apenas o eco de meus passos e as silhuetas do meu reflexo sobre o piso laminado. A ansiedade atinge seu ápice ao vislumbrar o número procurado.
A porta entreaberta, quarto à meia luz, banheiro com luzes acesas. Ao fundo toca Creed, sutilmente. Mal entro no quarto, me sinto arremessado sobre a cama enquanto a porta violentamente se fecha.
Pego de surpresa, sinto minhas roupas sendo arrancadas desesperadamente, enquanto minhas mãos apenas respondem tateando cada centímetro daquele corpo sobre o meu. Meus olhos ainda se acostumando com o escuro do quarto apenas viam suas curvas dançando silenciosamente pelo quarto.
Na primeira oportunidade a jogo na cama, segurando suas mãos pelos pulsos, sugando cada gota de desejo que saia pela sua boca. Vagarosamente desço, passando pelo lóbulo, ombros, parando em seus seios, apoiado em meus braços. Agora suas mãos soltas, passeiam pelas minhas costas, deixando suas marcas de vontade.
Puxa pelos cabelos forçando até entre suas pernas, oferendo seu néctar que vagarosamente se desperdiçava sobre o lençol. O quarto agora, foi inundado por gemidos agudos e desesperados, enquanto suas mãos bagunçavam meus cabelos enlouquecidamente.
A caçadora recupera seu fôlego e em um único movimento me arremessa de lado. Suas mãos, tateiam meu corpo, procurando seu proximo alvo, agora entumescido e melado. Faminta, explora cada milímetro, atingindo o fundo da garganta, frenéticamente. O êxtase que se aproximava agora é interrompido por um longo beijo.
Com um movimento, agora mais suave, puxa meus ombros enquanto o meio de suas pernas é preenchido em um gemido quente e suave. Agora, entre beijos e mordias, os gemidos são mais intensos e cheios de vontade. Os movimentos se aceleram, imersos em delírios, as mãos mais inquietas forçam suas unhas contra a carne. E eis que o êxtase surge. Seu corpo, meu corpo, trêmulos, paralizados, com a respiração afoita, caindo para os lados.
Jogados sobre a cama, cansados, exaustos, relaxando vagarosamente… Sua mão, suavemente acaricia meu rosto, enquanto os corpos lentamente se aproximam em um longo e delicioso beijo.
Entre olhares e sorisos o clico se repete. E a tarde passa. E anoite chega. O que vem após é um mistério que apenas ficará nesta interrogação chamada vida