Há alguns dias encontrei minha ex-esposa. A primeira vez este ano, para ser sincero. E devo dizer que foi algo bem diferente do que eu imaginava. Ela está mais, como posso dizer, reluzente. E eu, por alguns segundos, fiquei ali admirando-a, lembrando de tudo o que passamos e, com uma certa nostalgia, tudo o que mudou até hoje.
E, agora, após pouco mais que um ano separado, olho para trás e vejo quanto ela mudou. E pensando mais afundo, me vi e senti quanto também mudei. Como pessoa, como homem, e principalmente, como pai.
Me pesa no coração saber que ele é quem mais sofreu com a separação. Sua vida mudou completamente. Contato com o pai, ausência maior da minha presença, aquele abraço de todas as noites, os chamegos antes de dormir. Tudo por erros meus.
E quando ele chegou. Me viu. Não aguentei. Caí em lágrimas.
Como eu pude ser tão escroto com tudo? Como eu pude não dar atenção àquele sorriso? Como eu pude ser tão ausente? Me envergonho todos os dias de como fui. E tento todas as vezes reparar minha ausência, tirar mais daqueles sorrisos e gargalhadas.
Espero, sinceramente, estar conseguindo suprir isso. Quero estar sempre presente nos momentos que forem possíveis. Ve-lo crescer, apoia-lo em suas conquistas. Consola-lo em todas as suas tristezas. Ve-lo se formar, casar, conhecer meus netos….
E, morro de medo de ser uma vergonha para ele. De não ser tudo aquilo que ele precisa e merece.
Filho, meu filho. Quero ser o seu maior orgulho. Hoje, e sempre.