Amanhece na Paulista. Logo cedo começa o corre-corre daqueles que despertam dia após dia. Como quase sempre, São Paulo brinca de estações.
Acordei em pleno inverno, com um frio intenso, aquele ar carregado que desce junto das árvores. As pessoas andam apressadas, carregando seus cafés, espremidas em seus casacos, indiferentes umas as outras. Os esbarrões são perdoados, a pressa é grande, o atraso ao serviço é iminente.
Logo no almoço, o dia se abre em primavera, com um sol que toca, de mansinho, deixando um gosto de quero mais. As pessoas agora andam vagarosamente, aproveitando cada feixe de luz que o gigante derrama, enquanto olham as vitrines com mais calma, ou procuram um lugar para almoçar.
Chega a tarde em verão, imponente e castigador, forte e quente, marcando a todos em vermelho. As pessoas caminham procurando uma sombra, abraçados em seus gelatos e frapuccinos, admirando a vista da Paulista. As mais estranham figuras surgem em apresentações, entre malabaristas e cantores.
Mais a noite chega o outono, hora chuvoso, hora sussurrando, suave e sutil, despindo vagarosamente as grandes copas nos Jardins. A Paulista se enche de casais, andando abraçados, criando seu momento. Os poucos sozinhos que surgem, apenas observam invejosamente, enquanto buscam o caminho de suas residências.
Com tantas variações de humor, e diversos seguidores, São Paulo certamente é única. Apenas imagino, como deverá ser o dia quando o grandioso São Paulo, tiver seu infarte…