A mente agitada me intriga. São palavras que vem e vão, se ligando e desligando umas das outras, em uma valsa constante. E o branco da tela continua branco, nada surge além de ideias desconexas.
Em um dedilhado rápido vem a primeira frase. Aquela que dará abertura e ritmo a tudo. E em segundos, um mundo inteiro de palavras começa, letra a letra, a se erguer.
As letras flutuam no ar, dançando e rodando, se colidindo e formando as palavras. As estrelas, apenas vislumbram a dança, como expectadores de um show de malabarismos, com pulos, saltos, quedas e contorções.
Os olhos, ainda semi serrados, se abrem lentamente. Uma a uma, as palavras vão surgindo no branco véu do limbo mental, enquanto as mãos simplesmente se movem, fervorosamente. E uma a uma urgem na tela a minha frente.
Escrever é uma feitiçaria maluca, que esvazia a mente inquita e estampa na tela tudo o que o corpo não quer falar.